Você que é do PSOL, peço sua atenção! Estamos em processo congressual do nosso partido. Neste congresso encerro um ciclo pessoal na direção partidária, onde já fui presidente estadual, integrante do diretório e da executiva nacional e compus por dois mandatos a comissão nacional de ética do PSOL. Exatamente, pela primeira vez desde que ajudei a fundar a legenda, eu não estarei compondo direção partidária, apenas completarei minha tarefa na Federação PSOL Rede. Na atual direção estadual estive “apenas” na suplência, agora posso sair por completo da direção com a leveza de saber que construímos quadros, temos companheiros e companheiras que estão gerindo o partido e preparadas/os para seguir essa tarefa. Após o congresso meu foco é a minha/nossa pré-campanha de vereador.
03 Teses no PSOL Paraíba
São três teses inscritas no Congresso do PSOL na Paraíba. A tese Por Um PSOLPopular e Socialista, construída pela Primavera Socialista* e Independentes, documento que assino ao lado de valorosas/os companheiras/os que passaram a gerir o PSOL no final de 2015, quando o PSOL ampliou, passou a ser composto para além de ativistas do movimento sindical, fez as prestações de contas de todos anos anteriores e pela primeira vez na história recebeu recursos públicos graças a organização desse coletivo. Foi a Primavera Socialista que defendeu a entrada de Erundina no partido quando muitos eram contra, que desde o primeiro momento esteve na luta contra o golpe, que defendeu a entrada de Boulos no PSOL, sua candidatura a presidente em 2018 e a unidade da esquerda em 2022 já no primeiro turno. Com o ingresso da Revolução Solidária* no PSOL passamos a atuar conjuntamente na defesa de um perfil de partido.
Uma outra tese foi construída pela Resistência*, onde estão dirigentes que estavam na presidência do PSOL Paraíba até 2015. Tenho muitos acordos com o conteúdo político dessa tese, discordo apenas em dois aspectos: 1. Esconderem que foram contra o PSOL entrar no Governo Lula; e 2. Dedicar muitas linhas para fazer balanço da atual direção partidária, mas fazer isso sem comparar o período que companheira Adjany Simplicio (primeira mulher a presidir o PSOL/PB) está na presidência com o período que o companheiro Nelson (já que ele é da Resistência) esteve na presidência da estadual ou mesmo agora que está na presidência do PSOL Campina Grande. Não penso que o foco desse congresso deveria ser balanço de direção, mas como enfrentar a extrema direita e eleger nossos/as primeiros/as vereadores/as, mas não podemos desconsiderar os elementos apresentados pelos/as companheiros/as e precisamos debater essa questão.
O PSOL de hoje tem muitos aspectos para melhorar, todos/as temos acordo, mas – ao compararmos com o partido que tínhamos até 2015, é perceptível que o PSOL de hoje é muito mais reconhecido socialmente, realiza mais atividades coletivas (reuniões, festas, plenárias, reuniões de Diretório Estadual, debates), está presente em muito mais municípios e segue regulamente sua organização junto ao TRE, permitindo termos sede, telefone, computador, contadora, advogado, bandeiras, fazer faixas, ter carro de som em ato, ajudar com panfletos, ter um cineclube e um bloco de carnaval, ocupar nosso espaço na TV. Sem contar que hoje estamos além da esfera sindical, ampliamos nossa participação nos sindicatos e passamos a ser referência na luta das mulheres, negritude, LGBTQIAPN+, meio ambiente, cultura e antiproibicionista.
A terceira tese é dinamizada pelo MES*, gostei muito da postura franca como expressam seus ideais sem precisar atacar a atual direção partidária. Minha discordância está exatamente no conteúdo, onde consta uma postura antipetista gritante, que dificulta a construção da luta coletiva no enfrentamento contra a extrema direita. Foi esse grupo que fez declarações de apoio a alguns aspectos da Lava Jato em seu início, que se colocou na luta contra o golpe apenas um dia antes da votação do golpe (falseado de impeachment) na Câmara dos Deputados, não queria ir com Lula no primeiro turno, foi contra o PSOL entrar no Governo Lula e não votou favorável a reforma tributária do Governo Lula (que agregou propostas do PSOL).
Este 8º Congresso do PSOL é decisivo para decidir os rumos do partido, se queremos que ele siga crescendo, sendo referência da esquerda brasileira, ocupando os parlamentos municipais, estaduais e nacional, trabalhando de forma unitária com o campo popular, ou aquele PSOL do passado, desorganizado e fechado em bolhas verticalizadas da velha esquerda. A primeira plenária municipal do Congresso do PSOL Paraíba será dia 30 de julho. Todas as teses, nacionais e estaduais, o calendário das plenárias e as orientações da Comissão Organizadora do Congresso do PSOL estão no https://psol50.com.br/congresso2023/.
Não estarei na próxima direção, mas tenho total confiança nas/os companheiras/os que vão assumir essa tarefa, peço seu voto em nossa tese nacional “Por Um PSOL Popular” e em nossa tese estadual “Por Um PSOL Popular e Socialista”.
João Pessoa, 27 de julho de 2023.
Tárcio Teixeira
Um dos/as muitos/as fundadores/as do PSOL
* Quem ainda não está adaptado a toda estrutura do PSOL, é importante dizer que a Primavera Socialista, a Revolução Solidária, a Resistência e o MES, são organizações internas no PSOL. As duas citadas inicialmente compõem o campo PSOL Popular e juntas elaboraram uma única tese, segue vídeo de apresentação: