#OcupaMINCPB: Ocupar, Transformar e Ser Transformado

nPrimeiramente,nFora Temer!

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nNãonlembro de ter ficado tão emocionado em minha vida militante como fiquei no dian22 de junho de 2016, quando o #OcupaMINCPB deixava o prédio do IPHAN paranocupar as Praças e as Ruas. Nem mesmo nos grandes atos de 2013 fiquei tão emocionado,nfoi como se nos 34 dias de ocupação eu tivesse de fato conhecido e reconhecido minhas/meusncompanheir@s de 2013.

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nNãonvou escrever sobre a importância nacional do #OcupaMINC, já muito bem compreendidanpela militância; sobre o distanciamento intencional de algumas organizações ounindivíduos dit@s “organizad@s”; ou sobre aspectos que eu levantaria de forma violentanno meu tempo de militância puramente analógica, como diria meu amigo endirigente Edilson Silva. Dedicarei os poucos próximos parágrafos aos aspectosnpositivos do que entendo ser a nova esquerda digital e horizontalizada.

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nQuandonfalo sobre @s verdadeir@s dirigentes de 2013, é que naquele ano algunsnabandonaram o “barco” pelo simples fato de não “dirigirem” o processo, como sena criticidade coubesse apenas em suas organizações ou não pudessem permitir quenoutras organizações tomassem corpo naquele processo. Parte da esquerdanabandonou 2013 por não dialogar com sua horizontalidade e seus questionamentosnao governo, cada um/a foi inventando (a palavra é essa) uma justificativa para “abandonarno navio”.

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nNon#OcupaMINCPB não teve espaço para verticalidade, nem mesmo na hora de dialogarncom o “chefão” do IPHAN na Paraíba ou com a guarda municipal sobre o toldo nanfrente da ocupação, nos momentos mais tensos a solução foi diálogo enrespeito ao outro.

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nNinguémncobrava d@ outr@ mais do que @ outr@ poderia fazer. Dormi apenas três dias no ocupe,nmas muitos que não dormiram nenhuma noite contribuíram muito mais que eu. Nãonexistia tarefa mais importante que a outra. Do varrer ao cozinhar, do lavarnbanheiro ao coordenar uma reunião, do ir para Brasília ao articular anprogramação, cada um/a tinha sua importância, ninguém era chamado de pelego pornnão fazer isso ou aquilo, ninguém era chamad@ de pelego por defender suasnopiniões.

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nNessesn34 dias não teve espaço para quem queria aparelhar, ditar uma linha, defender onindefensável; ninguém era mais ou menos cobrado por ocupar cargo “X” ou “Y”,npor militar nessa ou naquela área; por ser menos ou mais conhecido. Vi,nreconheci e permiti que nov@s (uns jovens e outros nem tanto) militantes fossemnmeus/minhas dirigentes.

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nTivena honra de articular com @s companheir@s do Movimento Raiz a Ida do Célio e danErundina para visitar o Ocupe, ambos fizeram falas infinitamente superior as realizadasnem auditórios, foram falas cheias de vida, de rua, de energia, de ocupe.nConheci guerreir@s de outras nacionalidades, de outras regiões, de outrasncidades. Não fui cobrado nem tentei dirigi, mas fui convidado e tive espaçonpara compartilhar. Erámos mestres/as, doutores/as, graduad@s, sem formaçãonacadêmica, guardadores de carro, assistentes socias, advogad@s, malabares,nmúsicos, nada disso nos diferenciava ou ampliava a cobrança, cada uma ia aténonde seu limite permitia.

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nMulheres,nNegr@s e a comunidade LGBT eram parte do Ocupe, a horizontalidade do diálogo e dasndecisões não dava espaço para que o racismo, o machismo e a homofobia, todosnpresentes em nossa sociedade, desse a linha na ocupação.

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nPodemosnaté tentar, mas ainda não fazemos ideia da grandiosa tarefa e da importância don#OcupaMINC na luta pelo #ForaTemer, na luta em defesa da democracia e dosndireitos. O Ocupa não desocupou o prédio, simplesmente resolveu ocupar as praçasne as ruas, seu papel de unir e fortalecer a luta contra o Golpe para além dasnorganizações partidárias é uma realidade. Por mais que alguns tentem negar ounreduzir esse momento, aí está a nova esquerda, sem amarras, sem burocracia, comnliberdade.

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nAssimncomo em 2013, mais precisamente no último ato, durante a licitação quenentregaria a rodoviária para as empresas privadas (ato que faz eu respondernprocesso até hoje), no 34º dia do #OcupaMINCPB, quando olhei para o lado,ndurante reunião da Frente Povo Sem Medo, vi @s que não abandonaram o barco emn2013 ao lado d@s que fizeram o Ocupe.

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nParanfazer escorrer minhas lágrimas e inchar meus olhos, entrou em cena o Boi danLoca, após um belo som, o vocalista começou a lembrar da luta dos nossosnancestrais, da loca como espaço de ocupação e resistência, do Boi saindo danmorte ao encantamento. Não sei se as belas palavras, não sei se minha sensibilidade,nnão sei se a energia da mistura de angustia e esperança expressa em nossoncorpos, mas eu não consegui tirar os olhos do vocal e parar de chorar.

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nMinhancabeça jamais será a mesma. A visão do gado dos congressos da velha esquerdanvirou esperança, virou a ocupação das locas, virou o Boi Encantado.

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nSeinque é só o começo. Companheir@s que fizeram e seguirão fazendo o #OcupaMINC, Obrigado!

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n#ForaTemer

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n#NenhumDireitosAMenos

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