Estive essa semana carregando algumas das muitas caixas da minha, ainda, curta vida; um amigo que eu acabava de conhecer ajudava a carregar minha história quando uma nova conhecida comentou em “tom de risos”: “parece que esse menino não é de carregar peso não!”… Sobrecarregado com o peso do abril de 2013, e ainda literalmente com o peso nos braços, respondi sem pestanejar e no mesmo “tom de riso”: “é verdade, já vendi cocada para romeiro e pão para vizinhos ainda antes de completar 10 anos, aos 14 estive coberto de graxa em meu estágio como “menor aprendiz” na Progresso e aos 18 empurrei uma carrocinha de cachorro quente por alguns meses, mas realmente eu não gosto de carregar peso”.
Quando parei de falar, nem eu acreditei na velocidade da síntese e os aspectos da vida que eu “vomitei” naquele momento, até mesmo porque essas tarefas eram no âmbito da contribuição familiar, eu tinha uma sessão de importante por ajudar; não eram ações contínuas; não atrapalhava meus estudos; e eu brincava como toda criança deveria brincar.
Na verdade, imagino que eu queria “apenas” dizer que só eu sabia o peso daqueles dias; que todos/as temos uma história e eu jamais quero esquecer ou parar de construir a minha; e, por fim, que em muitos outros momentos nossa subjetividade será posta de lado em nome dos espaços coletivos que ocupamos.
Pode não parecer, mas você também carrega esse peso.