Diário do Carnaval 2012

Em 2012, diferente do que fiz no ano passado, não tenho muitas fotos do nosso Carnaval para mostrar, mas tenho alguns ótimos sentimentos para compartilhar, a começar pelas prévias curtidas junto da esposa e da filha na capital Paraibana, brincamos o Dindin de Manga, Festival de Marchinhas, Anjo Azul, Maluco Beleza, Picolé de Manga, Virgens de Tambaú e Muriçocas, realmente a prévia carnavalesca de João Pessoa é muito massa.
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Tive que ir para Recife na quinta, precisava levar Luar para matar as saudades da mãe e, na madrugada da sexta-feira, pegar uma carona para o sertão do Ceará; entre uma “coisa” e outra, tive o prazer de participar da abertura do Carnaval de Olinda, encontrei pessoas queridas, algumas abracei e outras apenas cumprimentei separado por centenas de carnavalescas/os.
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As 04h da manhã – após sentir novos e velhos odores e ouvir históricos hinos e novas canções – eu já estava no rumo de Mombaça-CE, ainda um pouco tonto e com a magia do Carnaval espalhado pelo corpo. Sexta e sábado de Carnaval, lá estava eu, 800km de distância de Recife/Olinda, sentindo um prazer mais que carnavalesco ao lado de meus familiares, abraçando meu avô no dia dos seus 90 anos e dançando frevo com minha priminha mais nova (menos de 2 anos).
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Após abraçar tias/os, primas/os, avós e curtir minha mãe, após ela ter passado uma temporada em São Paulo… Peguei o caminho de volta, às 08h30min do domingo São Carnaval já estava nas ladeiras de Olinda.
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Descompromissado dos afazeres cotidianos, eu apenas seguia as fantasias, frevos, afoxés, sambas e maracatus; apreciava a beleza libertina do Carnaval de Olinda; andava ao lado de heróis e heroínas; via anjos e demônios se enfrentando; virava água ao lado das “Sambadeiras”; cuspia fogo ao ser transformado em dragão.
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Durante os dias de magia, o mais perto que cheguei da política foi ao ser abordado por alguns lutadores que não param nem mesmo no Carnaval. Fora isso, minha política foi o cardápio das barracas dos partidos e o “Bloco dos Neomarxistas Tropicais”.
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Descobri pessoas já conhecidas ao desnudarem sua intimidade na “13 de Maio” (rua de Olinda) e no “Mulher na Vara” (bloco); tive a honra de apresentar o “Axé” e o “Pau do Índio” (bebidas originais de Olinda) para novas/os e antigas/os Foliãns/ões; abracei pessoas queridas e chorei no casamento o qual tive a felicidade de simplesmente contemplar, cerimônia esta realizada em uma já tradicional casa do Carnaval de Olinda, repleta de alegria, perfume e minha poesia.
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Nesses dias fantásticos tentei usar todas as energias da máquina chamada corpo, mesmo assim não consegui juntar Olinda ao Recife Antigo, o máximo foram 40 minutos acompanhando a perfeição mágica dos Blocos Líricos, depois uma longa caminhada até o final da “Conde da Boa Vista” com uma breve pausa para dialogar com o majestoso “Galo da Madrugada”, vigilante durante todo Carnaval.
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Não vi os Bonecos Gigantes, apenas pela TV, quando ainda em Mombaça arrepiava cada fio de cabelo do corpo ao olhar o “Homem da Meia Noite”. Também não vi outras pessoas queridas que geralmente encontrava nas ladeiras, mas sentia as energias emanarem nos velhos pontos de encontro.
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O Carnaval seguiu na quarta, mas em João Pessoa a quarta-feira foi de cinzas, muito trabalho e o MUNDO REAL.

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