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nCopa do Mundo,nclaro que estou torcendo pelo Brasil, até mesmo porque sei que a Seleçãonperdendo não significa revolta do nosso povo contra o sistema ou mesmo boicotena um campeonato que gira sabe-se lá quantos bilhões de reais. Não quero aquinfalar do absurdo que é o derrame de dinheiro público com as obras da Copa ou donprocesso higienista que criminaliza a pobreza e os/as usuários/as de drogas comno único objetivo de “limpar” as ruas no período das Copas (Confederações e donMundo). Dedicarei essas poucas linhas ao quadro “Craque da Obra”, do EsportenEspetacular, programa dominical da Rede Globo.
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nNo domingo – 2nde junho de 2013, no Esporte Espetacular, foi classificado o último trabalhadorn(décimo segundo) que participou das finais do “Craque da Obra”, quadro no qualntrabalhadores de doze estádios em reforma, ou construção, para Copa do Mundo participaramnde competição que encerrou hoje – 09 de junho de 2013. Não por acaso a maioriandesses/as trabalhadores/as são nordestinos, uma das regiões, ainda, mais pobresndo nosso país.
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nO podernideológico dos meios de comunicação em tentar igualar não iguais é incrível,nindividualizam os problemas sociais e colocam a possibilidade de solução dosnproblemas como algo exclusivamente de vontade pessoa. Mostrar convivêncianharmoniosa entre o trabalhador que, muitas vezes distante da família, trabalhande sol a sol, o empresário que compra seu ingresso pela internet e os artistasnque assistem a inauguração do maracanã, é uma nítida forma de impor uma ideologia que camufla a clara diferença entre burgueses detentores dos meios de produção e trabalhadores que são explorados cotidianamente em sua força de trabalho.
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nQuantosndaqueles/as trabalhadores/as terão condições de assistir pelo menos um jogo danCopa do Mundo nos estádios que construíram com muita dedicação e, muitos deles,namor a pátria e ao futebol? Quantos terão seus empregos garantidos após asngrandes obras da Copa do Mundo?
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nNão estoundizendo que o quadro em debate foi ruim, muito pelo contrário, foi muito bemneditado; bons jornalistas; foi possível sorrir com a energia de um povo que faznde tudo para sobreviver e sorrir; chorar com as histórias de quem, ainda adolescente,nfoi para longe de suas famílias em busca de trabalho, em busca de sobreviver.nDigo “apenas” que a batalha ideológica da burguesia em igualar Capital enTrabalho é um dos principais caminhos na manutenção da ordem capitalista.
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nO “Craque danObra” foi do estádio Arena das Dunas, em Natal, nordestino (estádio e craque),ncomo muitos/as que leem esse texto (inclusive eu); a probabilidade de ser umnnordestino o campeão era de quase 100{893e00c25158f9ee8e50627a81cad15ff9fd494d33694c956dcdfc9590e56264}, seja por ter estádio no Rio Grande donNorte, Pernambuco, Ceará e Bahia, um terço dos estádios participantes don“Craque da Obra”; seja pela maioria dos trabalhadores nos estádios seremnnordestinos.
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nPaciência!nIgualdade de possibilidades sem igualdade de condições, nem no “Craque danObra”.
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