A República no País das Maravilhas.

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nAlice (aquela do país dasnmaravilhas), enquanto encolhia e crescia na expectativa de caber na minúsculanporta que achou por trás da cortina, dizia: “Antigamente, quando eu lia contosnde fadas, eu achava que essas coisas não aconteciam na vida real. E aquinembaixo parece que estou bem no meio dessas histórias […]”

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nEm um determinado momento históricona República era algo distante como um conto de fadas, nem por esse motivo deixamosnde lutar por ela, esse é dos motivos de hoje termos a linda a figura denMarianne representando a República, imagem vinda da Revolução Francesa, marconhistórico para nossas vidas. Sem grandes debates semânticos ou maiores cuidadosncom as palavras: Res publica, para o Latim; Coisa do Povo, para o Português.nHoje, 15 de novembro de 2012, alguns comemoram a Proclamação da República,nprefiro comemorar a CONQUISTA da República.

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nHá pouco tempo, muito curto paranhistória da humanidade, para arrancarem nossas cabeças não precisavam de muitonsubterfúgio, assim foi com Tiradentes e tantos/as outros/as; no País dasnMaravilhas, provavelmente, ele, assim como alguns de nós, seria sentenciadonpela Rainha de Copas com seus gritos de “cortem-lhe a cabeça”; mas, para nãonirmos aos contos de fadas, vejam algumas linhas da sentença que levou Joaquimnpara os braços da morte:

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n[…] e quendepois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugarnmais publico della será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, eno seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminhonde Minas no sitio da Varginha e das Sebolas aonde o Réu teve as suas infamesnpráticas e os mais nos sitios (sic) de maiores povoações até que o tempo tambémnos consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seusnbens applicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Villa Ricanserá arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendonprópria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chãonse levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infamia destenabominavel Réu […] (http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=612)

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nQuantos outros tivemos nossasncabeças cortadas? Quantos de nós não vimos nosso “corpo sem ela pela primeira enúltima vez” (Raul Seixas)? Obviamente que Tiradentes não estava sozinho, nemnera esse seu objetivo, contudo, o controle ideológico e o aparato repressivonfaziam com que boa parte do nosso povo passasse por dilemas típicos de Alice:n“Não estou bem certa senhora [Lagarta]… Quero dizer, nesse exato momento nãonsei dizer quem sou… Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, masnacho que já mudei muitas vezes desde então…”.

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nNão era o fato de comer ovos quenfazia de Alice uma cobra, como imaginava a pobre pomba ao proteger seusnovinhos; os dilemas cotidianos, muitas vezes, limitam nossas expectativas anespera das migalhas do cogumelo mágico que nos possibilite caber na realidadendas elites do nosso país.

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nConquistamos a república enfizemos revoluções!

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nHoje, homens e mulheres podemnvotar, o racismo é crime, podemos dizer o que pensamos, já derrubamosnpresidente; sim, derrubamos ditaduras e presidente, não vamos cair na faláciande responsabilizar a imprensa e tirar o poder do povo. Estamos vivendo um dosnmaiores julgamentos da história do nosso país, por mais que doa em alguns, hoje,ncorruptos estão sendo condenados; não se limpa da corrupção presente com um passadonde luta, ou acreditam que não houve mensalão e que seria tudo criação danimprensa burguesa?

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nCalma, pêra lá… não estoundizendo com isso que vivemos um mar de rosas, nem mesmo que vivemos a coisa donpovo; digo “apenas” que o hoje é melhor que o ontem e que o amanhã PODE sernmelhor que o hoje.

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nQuando não sabemos para onde ir,nqualquer caminho serve, já dizia o Gato apenas com seu sorriso sarcásticonaparecendo; mas nós sabemos o nosso caminho, ele não se limita na conquista da República ou na condenação de mensaleiros do PT ou PSDB; nosso caminho só temnuma meta, a tomada do poder!

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