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nAo tempo que Clarinha (de apenasn9 meses) agarrava o peito da mãe, puxava os cabelos da irmã (que devia ter unsn2 anos) e empurrava minha barriga com seus pés minúsculos como aquelas duasnpoltronas que encaixávamos nossos 4 corpos. Esse foi apenas o começo da viagemnque fiz para realizar algumas inspeções pelo CRESS/PB (Conselho Regional denServiço Social da Paraíba), com o amigo Flávio Nery, nas cidades vizinhas aonmunicípio de Tavares.
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nAlém de todas as cadeiras lotadas,nalgumas até bem lotada, aproximadamente 20 pessoas em pé completavam ondesrespeito do transporte público intermunicipal que, assim como na capital, cobramnvalores absurdos para viagens super desconfortáveis.
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nEm meio aos gritos de “Clarinhanvocê tá machucando”, eu olhava para Paulinha (Irmã de Clarinha) e lembrava dasninúmeras viagens que fiz ao lado de meus irmãos e primos espremendo minha mãe,ntias e/ou mesmo estranhos nas “mesmas” cadeiras desconfortáveis que na noitenpassada (07/05/2013) passei 8 horas para viajar de João Pessoa até Tavares.
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nConfesso que dei risada aonlembrar do passado espremido e de poucos recursos. Tenho certeza que todos/asntemos um pouco de “A Vida É Bela” em nossas vidas, criando fantasias paranpassar horas e horas com nossos filhos em meio ao sufoco cotidiano, aqui nãonfalo só de transporte público.
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nDepois de muitos quilômetros, umancadeira ficou vaga e eu deixei Clarinha, Paulinha e a mãe delas nas duasncadeiras e mudei de lugar; logo que sentei percebi que a cadeira “era denbalanço” e a cada freio ou curva brusca (que não era poucas) meu corpo eranjogado para frente.
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nEvitando que vocês desistam denconhecer essa bonita região do nosso estado, não descreverei os odores dasnmarmitas ou salgadinhos abertos no percurso, assim como não desenvolverei asnmuitas linhas que dariam os telefonemas da senhora que descobriu no ônibus umnprimo de sabe-se lá quantos graus.
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nFora as viagens feitas naninfância, e a relatada nessas poucas linhas, só lembro de algo parecido em uma percursonfeito de Brasília para Natal ao lado de uma amiga muito especial; mas estasn(viagens) dariam outros muitos textos e contos com os focos mais diversos.
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nNão falarei das incontáveis incertezasnque eu catava durante as centenas de quilômetros percorridos, mas concluireincom algumas certezas que quero compartilhar: só a luta muda a vida (e anqualidade/preço do transporte); é possível sorrir e aprender nas estradas danvida!
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nTárcio Teixeira – Tavares, Jurú, São José de Princesa, Manaíra,nPrincesa Isabel, Água Branca e Imaculada, 07/08/09 de abril de 2013.
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