Minha primeira lembrança relacionada ao futebol foi em 1982, quando – com pouco mais de 4 anos – fui chorar escondido no alpendre da casa dos meus avós, confesso que não lembro das jogadas, mas os nomes de Zico, Junior e Sócrates ficaram para sempre.
Naquele dia de sol, no sertão do Ceará, o clima que dominava era o de euforia e esperança estampado na cara das pessoas. A expectativa de mudança vivida pelo país parecia ter algo haver com tudo aquilo que ocorria no futebol, relação esta que eu não percebia aos meus 4 anos de idade. Naquele período, tudo que eu queria era que as pessoas seguissem com aquela alegria estampada no rosto, mas perdemos a copa.
Hoje percebo que realmente tinha algo mais naquela seleção de 1982, possivelmente eram os efeitos da liderança democrática de Sócrates, jogador que contribuiu para o país não apenas nos gramados, mas também para que, naquele mesmo alpendre que chorei com a derrota da seleção (ou pela tristeza que aquela derrota trazia), eu pudesse sorrir ao ver as pessoas tomarem as ruas de Mombaça gritando coisas que eu não entendia… Tod@s eufóric@s com as eleições indiretas e animados com a possibilidade de votar nas eleições presidenciais seguintes.
Sócrates, que fiquem as lembranças e lições positivas!