Paraíba Proíbe Rolezinho nas Ruas.

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nSão muitos os textos publicados no últimonmês que tratam da criminzalização da juventude nos espaços comerciais, emnespecial em Shopping Center, até então tido como paraíso do consumo pornprometer conforto e segurança para “todos/as”. Apesar dessa questão ternse tornado pauta nacional no último mês, em João Pessoa não é novo esse tipo dendenúncia, basta lembrar o ato público organizado pelo Levante Popular danJuventude em frente ao Shopping Tambiá e as ações do Conselho Estadual denDireitos Humanos para denunciar atos de homofobia e criminazalização danpobreza.

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nMais uma vez a Paraíba quer ser vanguarda,nagora nem mesmo as ruas ou espaços alternativos podem ser ocupados/organizadosnpela juventude e pelo movimento cultural. Em meio aos inúmeros questionamentosne suspeitas envolvendo os elevados cachês pagos durante as festas de janeiro onGoverno da Paraíba “pega pesado” com quem quer se expressar sem cobrar ingressonou cobrando a preço de custo; já corre até o “zum zum zum” dizendonque só pode ter expressão artística se for para gerar lucro ou o cachê fornsuperior a 300 mil reais, é verdade Prefeito? é verdade Governador?

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nNa terça-feira (14 de janeiro), estavanhavendo uma apresentação cultural massa em frente ao Bar do Contorno: uma caixande som pequena, dois microfones, alfaia, pandeiro, zabumba, triângulo e muitosnartistas. Quem conhece a região sabe que o som que rolava não era capaz denperturbar os/as moradores/as, mas bastou o ponteiro do relógio passar das 22hnque chegou quatro camburões da Polícia Militar com seus piscas ligados, issonmesmo quatro, e não só mandou parar o som, como proibiu o proprietário do barnde atender os/as clientes.

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nNo fato que estou narrando não houve, senhouve não nos mostraram, aferição do volume do som; mas compreendendo como umnato público reivindicando cultura e liberdade de expressão (o que não deixa denser) o PM dizia: “já mostramos ao líder de vocês a aferição do som”. Quando anpolícia do Governador foi embora e não havia mais nada para beber ou comer, jánque o bar havia fechado, as pessoas ficaram com seus pandeiros e saias rodadasndançando os ritmos de nossa região; bastou 15 minutos para a PM voltar e mandarndispersar.

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nLogo que cheguei no Contorno um amigonfalou que sua casa havia sido invadida pela PM e fiscais responsáveis pelonórgão do meio ambiente (órgão que deveria retirar shopping de cima de rio, pesonda barreira do Cabo Branco e barrar os espigões), representantes do Governo quenlevaram o equipamento de som e deixaram uma multa de 5 mil reais. Fiqueinsabendo ainda, por outros/as colegas que estavam na festa, que o mesmo foinfeito pela PM no dia anterior no Bairro da Torre e, como todos/as já sabemos, éno que ocorre todos os dias na periferia da nossa cidade.

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nO Secretário de Cultura da Paraíba énContra o Forró de Plástico, mas em sua participação no Governo não temnautoridade para garantir a descentralização da cultura, muito pelo contrário,nos recursos são poucos (já que o Governador tem priorizado sua propaganda) e anPM cumpre ordens que vão no sentido contrário a democratização; já onresponsável pela cultura de João Pessoa, paciência, esse eu não tenhonadjetivos, pois ele rompeu com importantes militantes culturais e não garantensequer o funcionamento do Conselho Municipal de Cultura, a FUNJOP foi entreguenpara garantir a frágil coalizão que tenta sustentar a gestão do Prefeito e ancultura foi deixada de lado.

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nMentiras e joguetes ideológicos tentamncriminalizar o Rolezinho nos shoppings, o mesmo ocorre com o Rolezinho nasnruas; para piorar, nas grandes festas centralizadas na praia não tem transportensuficiente e o constrangimento dos baculejos é constante, na maior parte comnnegros e pobres. Crime não é fazer cultura, crime não é buscar alternativas denlazer, crime é transformar tudo em mercadoria e tentar reduzir a juventude anmeros consumidores ou, pior, criminosos.

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nJuventude é cultura, juventude éntransformação; querendo ou não os que lucram, a juventude vai seguir ocupandonas ruas, as praças, os shoppings, e dizendo não para toda e qualquer forma dencriminalização da sua expressão cultura, raça ou orientação sexual.

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nTárcio Teixeira – Pré-candidato ao Governo da Paraíba;nVice-presidente do PSOL/PB; Assistente Social do Ministério Público; Presidentenlicenciado do Conselho Regional de Serviço Social da Paraíba.

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nOutros textosnsobre o assunto:

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nEtnografia do “rolezinho” – “O ato de ir ao shopping é um ato político” http://www.cartacapital.com.br/sociedade/etnografia-do-201crolezinho201d-8104.html

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nCapitalismo anticapitalista – “É horrível ver que nossos capitalistasnbrasileiros ainda têm uma visão tão míope e preconceituosa, que faz com quenneguem seus próprios consumidores por conta da cor da pele ou da classensocial.” –http://farofafa.cartacapital.com.br/2014/01/15/capitalismo-anticapitalista/

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n“Rolezinho” dos sem teto passa por 2 shoppingsnem SP – “OnMTST organizou o que chamou de “rolezão popular” após a repressão aosnjovens em shoppings no último final de semana. O movimento pretendia denunciarn”o racismo e o preconceito” contra os jovens da periferia.” – http://www.cartacapital.com.br/sociedade/rolezinho-dos-sem-teto-8945.html/view

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