Não são poucas as críticas feitas ao São João de Campina Grande em 2023, onde estive com minha companheira e amigas/os no último final de semana. Para quem entra pelo palco principal a crítica é imediata, ou melhor, o sentimento de ser insultado é imediato. Como bater no peito e defender nosso São João quando ele tem sido feito apenas para empresas e para quem pode pagar?
As críticas são muitas, vou começar pelo que entendo ser o principal, a festa está sendo retirada do povo. A área do palco principal está dividida, de um lado um camarote com área de livre circulação; na outra metade, apertadas pelas barracas, estantes e comércios, as pessoas que não podem pagar ou que entendem que uma festa pública deve ser gratuita e construída com o povo.
Eu poderia detalhar outras questões – como não ter água todos os dias para os pequenos comerciantes; o fato das barracas serem obrigadas a fechar logo que acaba o show, quando o público quer comer e descansar antes de ir pra casa; os R$700,00 pagos pelos/as trabalhadores/as para vender a cerveja do patrocinador; nossa variedade de cachaça ser restrita a apenas uma marca devido patrocínio; os diferentes tempos e cachês que não priorizam nossa cultura; o aperto em vários pontos do parque pelo “latifúndio” concedido para algumas marcas patrocinadoras – mas tudo isso é visto em uma breve conversa com pequenos comerciantes, nos grupos de amigos/as que circulam pelo Parque do Povo e nas postagens realizadas nas redes sociais.
Só São João para, em meio a tudo isso, acender a fogueira dos nossos corações.