Dia 06 de abril é a data limite para novas filiações partidárias, é a data decisiva para candidatas e candidatos definirem em qual partido ser candidato. Tem sido pesada a forma como alguns partidos, da esquerda e da direita, partem para cima uns dos outros para esvazia a chapa e de um partido e fortalecer a sua.
Vivemos tempos de um Brasil fracionado. Sofremos duras consequências dos anos de direita e extrema direita desgovernando o Brasil (2016-2022). Ainda é enorme o peso desses setores, seja no Congresso Nacional, em meio as suas inúmeras chantagens contra o governo Lula; seja nas diferentes gestões nas cidades e câmaras municipais brasileiras, especialmente em João Pessoa, se olharmos os números das últimas eleições..
Não será fácil a disputa em nossa capital. De um lado os assumidos bolsonaristas, Queiroga e Sérgio; do outro, o prefeito Cicero Lucena, implementando uma gestão bolsonarista, e Ruy Carneiro, que foi sustentação de Bolsonaro no Congresso Nacional (até no voto impresso) e representa os Cunha Lima na capital.
Com esse número de candidaturas da direita, é muito possível uma candidatura da esquerda ir ao segundo turno em João Pessoa. Não por acaso, Ruy e Cícero correm contra o tempo, estão a todo momento tentando aparentar ser menos direita, sabem o peso da esquerda nas eleições 2024. O último foi buscar PDT e PSB. O primeiro, foi buscar para sua base uma ex parlamentar do campo popular e assedia até mesmo dentro do PSOL.
Felizmente nossa capital terá ao menos uma candidatura do campo popular, já que o PSOL já oficializou Celso Batista como pré-candidato a prefeito. O PT ainda tem duas decisões para tomar, se terá candidatura própria e quem será o nome para representar esse projeto, Cida Ramos ou Luciano Cartaxo. Infelizmente, o PSB e o PDT já optaram por seguir pela direita.
Além da Prefeitura, a Câmara Municipal deve ter a mesma relevância na hora do voto. O Legislativo municipal está o caos e precisa ser resgatado. Esta tarefa não será tarefa fácil, a direita está a todo vapor nesse sentido, nós precisamos está atentos/as e fortes, para fortalecer nossos nomes e impedir alguns de cair em tentação e mudar de lado.
Você acha correta essas movimentações, da esquerda para direita, em nome do pragmatismo eleitoral? Eu entendo ser um grande erro, esse movimento serve apenas para fragilizar o campo popular e fortalecer a direita e a extrema direita. Quem trilhou um caminho pela esquerda e nas eleições de 2024 andar com a direita, vai levar uma grande queda (moral e/ou numérica), vai demorar a se reerguer. Não paro minhas “premunições” aí, aqueles e aquelas que mudarem de legenda (mesmo no mesmo campo político) por promessas estruturais e não programáticas, podem até aumentar um pouco seus votos, mas não será suficiente para ganhar em uma chapa que já tem vereadores, servirá apenas para dizer da sua fragilidade ideológica. Falando nisso, como estão as chapas do campo popular para Câmara Municipal?
O PSOL está federado com a Rede. Ambos querem eleger o primeiro vereador na capital, para isso formaram uma chapa com 30 candidaturas, com nomes testados, que contribuem para o alcance do coeficiente eleitoral. Eu estou entre esses nomes, como pré-candidato na busca por ocupar a Câmara Municipal com perfil a esquerda.
O PT está federado com o PCdoB e o PV, estão entre os vereadores dessa Federação, e consequentemente na mesma chapa em 2024, o companheiro Marcos Henriques (PT) e três defensores de Cícero Lucena na Câmara dos Vereadores: Milanez Neto (PV), Bosquinho (PV), Emano Santos (PV).
PDT e PSB somam três vereadores, alguns destes já optaram por caminhar com a direita nas eleições de 2024, podendo seguir como base de uma eventual reeleição do atual prefeito, deixando quem seguir essa opção fora da oposição de esquerda, assim como o PV na outra federação.
Ao Trabalho!