Democracia, Direitos, Saúde Mental ou Bolsonaro?

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n“Choro compulsivo,nriso histérico
nEuforia, vertigens
nEstados alterados da mente
nDevaneios, delírios, desvarios
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Estados alterados da mente” (Titãs)

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nEstouncom dois intensos temas na cabeça, não sei por onde começar esse texto: de umnlado quero escrever sobre o emocional de várias pessoas, de como adoeceram comna falta de perspectiva diante do desGoverno Bolsonaro e como, por vezes, queremnbuscar em mim a energia e receita para sairmos do buraco que nosso Brasilnentrou; do outro lado pretendo tratar das declarações desumanas, da posturancriminosa,  do crime confessado pornBolsonaro ao dirigir suas declarações ao Felipe Santa Cruz, Presidente da OAB,nsobre seu pai Fernando Santa Cruz, executado pela ditadura militar. Verdade, osntemas se cruzam, mas não são a mesma coisa, veremos onde chegaremos. Só tenhonuma certeza, vai virar textão.

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nTivena honra de conhecer Dom Helder Câmara na missa de formatura do curso de ServiçonSocial da minha tia, não lembro em qual igreja, mas lembro do sorriso daquelenhomem, da energia e da paz que ele transmitia, do sorriso fácil e cativante.nNão sabia eu que, anos depois, também terminaria meu curso de Serviço Social,nque teria oportunidade de trabalhar no Centro Dom Helder Câmara de Estudos enAção Social (Cendhec) e, menos ainda, que viveria tempos tão sombrios de entreganda soberania nacional, ataques contra a democracia e desmonte dos direitosnsociais.

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nConhecinMarcelo Santa Cruz, irmã de Fernando Santa Cruz, quando trabalhei no Cendhec. Foindoloroso ler as palavras de Marcelo (“É como se Fernando tivesse sido mortonoutra vez”) diante da confissão de Bolsonaro (“Ele não vai querer saber anverdade”) de que encobre crimes da Ditadura Militar. Toda minha solidariedade,ne luta, para família Santa Cruz.

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nImpeachment?

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nSim,nimpeachment! O Bolsonaro, ao tratar da execução Fernando Santa Cruz, não senlimita a ataca as emoções e posições políticas de Felipe Santa Cruz, Bolsonaronataca a emoção de várias famílias e de um povo que já disse NÃO para ditaduranmilitar. Bolsonaro confessa que, no exercício do mandato, encobre os crimes danditadura. Além deste crime, ele ainda reitera o apoio a tortura, afrontandondiretamente a Constituição e o Estado Democrático de Direito, isso sim é CRIMEnDE RESPONSABILIDADE. Não é a primeira vez que ele ataca a Constituição em seusnprincípios, o ataque aos nordestinos foi um ato de xenofobia e um ataque contrana Federação.

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nAdianta Debater ou Somos Estátuas?

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nSim,nnão só adianta como é necessário debater, não podemos cair na tese do caosnimplantada por eles, as pessoas, por mais que estejam em “estados alterados danmente”, não são estátuas em suas posições sobre a realidade. Da semana passadanpara cá conversei mais intensamente com várias pessoas que votaram emnBolsonaro, afirmo, sem medo de errar, que a maioria já não mais apoia Bolsonaro,nfalam: do filho embaixador; das declarações de que não existir mais fome; dosnataques ao Nordeste; da perseguição aos jornalistas; do ataque a aposentadoriando povo; dos cortes e agora das OS na educação; da ampliação do desemprego; danentrega da soberania nacional (visto para EUA sem contra partida para o Brasil,nBase de Alcântara, venda do nosso patrimônio…); do não reconhecimento donassassinato de indígenas; de como ele instiga violência contra os povosntradicionais; dos cargos para família da esposa, do recorde em ;decretos, dosnataques aos conselhos de direitos; da redução do poder de compra do salárionmínimo; dos milhões em emendas para deputados aprovarem a deforma danprevidência; da ameaça iminente de demissão de servidores; da desordem causadanaté nas propostas sobre trânsito; na vinculação de sua família com a corrupçãone com as milícias; do desmonte das leis trabalhistas; de manter Moro após osnescândalos revelados pela vaza jato… Vou parar aqui para seguir com nossasnreflexões, do contrário o texto não tem fim.

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nResumindo,nas pessoas estão sentindo na pele o desgoverno de Bolsonaro. Fosse qualquernoutro governo, já teria caído, mas parte do Parlamento barganha com a crise, tentanatender as demandas do mercado ao buscar aprovar a deforma da previdência enoutras pautas de interesse pessoal ou coletivo de certos deputados e senadores.nMas para o azar desses parlamentares, o Bolsonaro acha que poderá governar, ounse sustentar, com o mesmo método que o fez ganhar as eleições (com horas denexposição na TV; fake news; e controle de dados pessoais, como nos EUA), aínabre a boca e diz o que pensa para causar o caos.

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nAndiferença é que agora: a “bolha” foi furada e as ações do Bolsonaro (diferentenda campanha) possuem efeitos práticos em nossas vidas; as pessoas estão maisnvigilantes nas informações; as denúncias do The Intercept descortinaram anparcialidade da lava jato e as criminosas relações e ações de Moro e Dellagnolnna Justiça e Ministério Público Federal.

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nTod@s Abandonaram Bolsonaro?

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nNão,nclaro que não! Existem as pessoas que pensam como Bolsonaro em sua posturanviolenta, preconceituosa, entreguista e de desmonte dos direitos sociais.nAlguns defendem as medidas de Bolsonaro mesmo impactando negativamente em seusnempregos e na vida de suas famílias.

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nAcreditonque ainda existem aqueles e aquelas que foram com muita sede ao pote,ndefenderam o indefensável. Aqueles que, sem argumento algum, repetiam anladainha de “a culta é do PT”, “Lula tá preso, babaca”, “Bolsonaro diz issonporque é eleição, na hora não vai fazer”, “vai acabar a mamata”, “ele vainacabar com essa pouca vergonha de homem ficar se agarrando”, “vai acabar andoutrinação”, “absurdo a mamadeira de piroca”.

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nParanalguns não será fácil fazer o caminho de volta, seja pela arrogância, seja pelanvergonha ao saber que: Moro mentiu; a mamadeira de piroca nunca existiu;nBolsonaro segue defendendo a tortura e perseguindo opositores e jornalistas; anhomofobia virou crime; a mamata segue nos cartões corporativos e no nepotismo; Bolsonarontenta acabar com a educação pública (não com a doutrinação).

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nEsperemos,nmuitos outros/as vão abandonar Bolsonaro, menos aqueles que se beneficiam danmamata e quem tem os mesmos princípios fascistas de Bolsonaro, os demaisnacordarão.

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nAdoecer ou Reagir?

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nClaro,nsabemos que as pessoas não escolhem adoecer. Mas também sabemos que eles sabemnque é possível agir para deixar as pessoas doentes. Façamos com disse anDeputada Luiza Erundina (PSOL-SP), lutemos contra a tentação do desânimo.

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nFaçamosncomo na luta contra o Assédio Moral e a Violência Sexual, rompamos o Silêncio, nãonguardemos em nossos corações. Transformemos nossas angustias e dores emntratamento, em denúncia, em luta! Se alguém tem que adoecer são os algozes donpovo, aqueles e aquelas que descumprem as leis, que rasgam a Constituição e onEstado Democrático de Direito.

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nEles não Respeitam as Leis, o QuenFazer?

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nElesnrasgaram nossa Constituição, partiram para o vale tudo, foi assim na lava jatone é assim agora com Bolsonaro desfazendo a Constituição por decreto ou atacandonfrontalmente o Estado Democrático de Direito, em um claro Crime denResponsabilidade. O Parlamento finge não perceber e toca a aprovação dasnpropostas antipovo defendida por Bolsonaro e pelo Mercado. Eles não cumprem anconstituição e instalam o ódio na sociedade, a violência amplia a cadandeclaração de Bolsonaro.

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nEnquantoneles descumprem as leis e atropelam o povo, nós ficaremos só olhando ounprotegeremos nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito? Precisamosnfazer mais do que fizemos na época de Fernando Henrique Cardoso, aquele quenMoro não quis melindrar. Precisaremos mais que grandes atos saindo de uma praçanpara outra. Não podemos deixar Bolsonaro, seus parlamentares e ministrosndormirem.

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nForanBolsonaro!

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