nApósno Congresso Estadual do PSOL, onde definimos meu nome como pré-candidato aonGoverno da Paraíba, resolvemos (eu e minha companheira, da vida e da lutanpolítica) que merecíamos uma paradinha de 48h. Fomos para um festival e, entrenmúsica, cinema e debates, vimos o filme “Clara Estrela”, um documentário sobrena vida de Clara Nunes, virei fã.
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nPornmuito tempo ouvi Clara Nunes como uma grande interprete, e “só”. Com “ClaranEstrela” descobrir uma lutadora do povo, virei fã. Não é por acaso que eu – assim como milhões de brasileiros/as – conheça apenas a interprete, a ideologiandominante não quer propagandear uma mulher empoderada, que vem do Povo, da Umbanda e que fala danCultura Popular, é perigoso para ordem dominante, especialmente nos temposnnebulosos que vivemos.
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nAlgumasnconexões pessoais aproximam Clara (permitam uma breve intimidade) e eu:nprimeiro que ela é de Leão, assim como uma das guerreiras que mais amo, minhanmãe, que também enfrentou e enfrenta cotidianamente o machismonpresente em nossa sociedade; depois que somos (eu, clara e minha mãe) sertanej@sndo semiárido brasileiro, região que rasga mais de mil cidades brasileiras, comnuma grande identidade comum. Outra coincidência, essa nada positiva, é que essangrande mulher morreu com quatro décadas, ainda jovem, mesma idade que eu tenho.
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nClaranNunes não cabia em sua pequena cidade, ganhou o Brasil, ganhou o mundo, mas semnesquecer suas raízes (familiar, classe, cidade…).nCantou o Brasil inteiro, cantou o mundo. Em “Clara Estrela” vimos a Estrelancantar a África, o Brasil, o Ceará, Pernambuco e a Paraíba, esteve ao lado de importantes nomes, inclusive o nosso Sivuca.
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nClaranganhou o Brasil e o mundo, queria que o mundo fosse de todos/as. Passou umnrecado belíssimo, não importa de onde você seja, não importa de onde sua artenseja, importa essa grande integração, importa o respeito e a valorização. Conheci uma mulher à frentendo seu tempo, uma mulher à frente do nosso tempo.
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nEstou longe de ser uma Clara, precisaria nascer algumas vezes, mas estou feliz por ser do semiárido, sertanejo, nordestino, brasileiro, latino-americano. Escolhi a Paraíba para passar o restante dos dias da minhanvida, aprendi a amar esse nosso lugar, mas o lugar onde nasci, o lugar onde cresci, os lugares onde passei e as pessoas com quem vivi, também são partes do que sou, assim como aprendi com Clara e ela hoje também é parte desse todo que a cada dia é um novo ser.
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