08 de março: do carinho a violência!

Não tive apenas uma mulher em minha vida – apesar de entre elas existir “a mulher” (minha mãe), mas várias.
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Na primeira infância tive uma mãe adolescente, três primas que – pelas fotos – eu era tipo um brinquedo muito querido, uma avó e uma vizinha que adorava preparar tapioca e tinha uma filha que brincava comigo. Na sequência, segui com minha mãe, só que agora com uma irmã pequena e uma prima da minha idade, estas duas e eu formarmos um trio massa. As tias foram um norte importante em minha formação, seguraram a onda, deram broncas e muito carinho, mesmo a tia geograficamente mais distante, uma das menos falantes, sempre esteve bem perto no apoio material e afetivo. Em momentos conjunturais a mãe Josa (minha avó) foi quem deu o tom.
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Das três primas da minha primeira infância, a mais nova tornou-se amiga confidente, a do meio uma referência de estudo e a mais velha de pulso firme sem perder a ternura. A morada em uma quitinete com minha mãe e minha irmã, mesmo tendo um irmão homem, davam a linha dos cuidados com a privacidade e o fazer xixi sem molhar a tampa do vaso.
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Apesar do elevado número de homens no curso de mecânica, tive um professor que deve ter tido muitas mulheres na vida dele, ensinou respeito aos companheiros de curso e as mulheres de forma geral, nada de assovio ou quadros explorando o corpo da mulher nas oficinas. Anos depois, eu estava em uma sala com mais de quarenta mulheres colegas do curso de Serviço Social na UNICAP, na sequência como professor substituto de mais de cem mulheres na UFPE e hoje estou como Presidente de um Conselho com mais de três mil e setecentas mulheres inscritas.
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Por mais que tenha dividido apartamento com amigos homens quando saí da casa da minha mãe, a maior parte fora da casa dela foi casado, primeiro a mãe de minha filha, uma amiga querida, e atualmente com minha nova companheira, pessoa que amo muito e fez eu mudar em muitos aspectos. Não preciso nem falar da Luar, outra grande mulher em minha vida que veio para ocupar um lugar enorme em meu coração.
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O que aprendi ao lado de vocês foi fundamental para minha formação pessoal e política, feliz dia da mulher!
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Para algumas, nem tão feliz assim!
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Outras mulheres, por mais que eu deseje um feliz dia das mulheres, com certeza não terão um bom 8 de março, na verdade, muitas delas não conseguem ter um dia bom há tempos, são mulheres que vivem um cotidiano como vítimas de violência, apanhando e sendo assassinadas cotidianamente.
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Infelizmente milhares de mulheres não estarão comemorando no dia 08 de março, mas felizmente outras milhares, estas acompanhadas de homens que lutam cotidianamente contra o machismo da sociedade e o seu machismo interior, estarão lutando contra o machismo.
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Que tenhamos um 8 de março instigante na luta contra o machismo e por uma sociedade sem exploração de classe.
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MOBILIZAÇÃO
 
                                          
                                  DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES EM JOÃO PESSOA.

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“NOSSO CORPO, NOSSO TERRITÓRIO”
 
PROGRAMAÇÃO

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 QUANDO: 08/03(quinta-feira)

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 Às 7h00- Ato Público -Concentração na lagoa, em frente à loja Esplanada(centro)

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 Às 12h00- Intervenção no Restaurante Universitário da UFPB

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Às 18h00- Debate: O 8 de março e luta feminista (organizada pelo movimento Levante) – Na praça da Alegria-CCHLA- UFPB
 
TRAGA REIVINDICAÇÃO, SUA INDIGNAÇÃO, SEU COMPROMISSO, SUA OUSADIA, SUA FORÇA E JUNTE-SE A NÓS!!!
 
 
MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, REDE DE MULHERES EM ARTICULAÇÃO, REDE FEMINISTA DE SAÚDE, CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL 13ª REGIÃO/PARAÍBA, NÚCLEO DE EDUCAÇÃO POPULAR FLOR DE MANDACARU – UFPB, COLETIVO DESENTOCA – UFPB, MOVIMENTO LEVANTE, LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE, ASSEMBLEIA POPULAR, SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA (SINTEP-PB), COLETIVO DE MULHERES ALEXANDRA KOLLONTAI – CONSULTA POPULAR, PSTU, FÓRUM DE MULHERES DA CUT E AUTÔNOMAS.

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